Meu coração,
De tão calejado,
Desconhece a dor.
Ou já se acostumou.
Vento firme bate,
Maré alta invade.
Sirene do peito faz alarde.
Água salgada bate e arde.
É hora de ver mar.
Água do mar afoga a dor,
Afoga amor.
Afoga a amada.
Sal cicatriza.
Mas maresia corrói o coração de lata.
Sangro ferrugem.
Tenho vertigem.
Tenho coração babaca.
Faço da poesia a cura,
Da secura que me tornara.
Bebo água.
Bebo cerveja e cachaça.
Até agora nada.
Parece que o rio secara.
Não chove, não venta.
Água da alma é coisa rara.
Contratei dois índios malditos,
Fazem a dança da chuva,
Mas até agora só mostraram a bunda,
Pois chuva que é bom, nada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário