Faço desta carta,
Uma despedida.
Pra toda a vida.
Para todos, sempre.
Pois me cansa ser completo,
E receber metade.
E se de tudo,
Só me der migalhas.
Sou grato,
Mas não mereço tamanha piedade.
Nunca pedi mais do que presença,
Mais do que uma conversa num bar.
Me despeço nessa carta,
Das pessoas que se deram pela metade.
Das pessoas que nunca foram de verdade.
Das pessoas que sempre viveram do lado de lá.
E pra desfazer a minha ausência,
Aceito um telefonema,
Quem sabe até uma visita.
Mas não espere meu retorno.
Não me tome por carente,
Pois por carência mantive essa superficialidade.
E se não pode ser de verdade,
Prefiro que nada seja.
Na verdade, prefiro que nem exista.
Não espero que insista,
Muito menos que leia.
Se gostasse de poesia,
Me teria na prateleira.
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